Um vampiro é um morto vivo dotado de grande força e poder que mantém sua imortalidade bebendo o sangue de seres vivos, principalmente humanos.
Tabela de conteúdos
A origem dos vampiros
Os relatos sobre vampiros existem desde os primeiros registros históricos da humanidade. Há duas teorias principais sobre sua origem.
A primeira indica Lilith, Rainha da Noite, Mãe dos Demônios e primeira mulher de Adão, como a autêntica vampira original. Criada por Deus junto com Adão, possuía uma alma demasiadamente escura e retorcida. Não gerou nada além de espíritos do mal, por isso foi apelidada de “Monstro da Noite”. Seus festins de sangue eram famosos, diz-se que seduzia homens enquanto dormiam para aumentar sua descendência diabólica, conhecida como súcubos.
A segunda teoria aponta Caim como o vampiro original, por isso os vampiros também são chamados de “cainitas”. Quando Caim matou seu irmão, Abel, foi exilado às terras de Nod e foi condenado a vagar carregando consigo uma maldição: temeria o sol por toda sua vida e sentiria uma insaciável sede de sangue. Em seu exílio conheceu Lilith, que o ensinou a canalizar o poder do sangue para aumentar sua força como vampiro.
Vampiros e morcegos
Os vampiros sempre tiveram relação com a figura do morcego. Esta associação pode ter sua origem na região da Transilvânia, onde os morcegos são hematófagos. Acredita-se que transmitiam o vírus da raiva, por isso os humanos infectados também mordiam, chupavam sangue e infectavam outros seres vivos.
Outra lenda fala de um tipo especial de vampiro-morcego chamado azeman, muito comum na América do Sul, que tem a forma de uma mulher durante o dia e de noite se transforma em morcego. Todas as noites saem em busca de novas vítimas para arrancar-lhes um dedo do pé, quando o sangue brota, o vampiro bebe até ficar saciado e, ao nascer o dia, retorna à forma de mulher, cheio de vida.
O que sabemos ao certo é que alguns vampiros são capazes de transformar-se em morcegos de forma natural, como o faz um licantropo. Esta forma lhes permite escapar eficazmente de um inimigo, ou entrar nas casas de mortais sem o seu devido consentimento, coisa que não podem fazer em sua forma de vampiro..
Detectar um vampiro
Existem sinais inequívocos que podemos observar para saber se estamos diante de um vampiro. Alguns dias depois da morte do suspeito, abre-se a tumba e examina-se o corpo. O cadáver de um vampiro não se decompõe e, apesar de sua palidez e olheiras marcadas, apresenta um aspecto saudável que dura, ignorando o passar dos dias.
Os novos vampiros sempre voltam a suas tumbas durante o dia, com o passar dos anos se mudam para casas e mansões abandonadas que habilitam para seu descanso e levam para lá seus caixões.
O abraço
A forma de gerar um novo vampiro não é complicada, requer principalmente autocontrole. Somente um vampiro pode criar outro através do “abraço”; quando uma vítima se encontra diante deste morto-vivo é muito comum que seja hipnotizada e seduzida, o vampiro então busca a artéria carótida (os vampiros preferem sangue limpa), à que tem fácil acesso pela lateral do pescoço, e crava seus afiados dentes com precisão. Desta forma pode se alimentar sempre que precise sem que sua presa perca muito sangue. Este processo pode durar vários dias ou alguns minutos, depende do vampiro, mas costumam terminar da mesma maneira; a vítima morre pela debilidade. Quando já não sobra nem uma gota de sangue do mortal, no momento de seu último respiro, o vampiro criador injeta seu próprio sangue na vítima. Uma só gota de sangue vampírica é suficiente para despertar a sede de sangue no falecido. Passados alguns dias, ou apenas algumas horas, o morto desperta em sua tumba como um novo filho da noite.
Nem todos os abraços têm como resultado um novo vampiro. Se o mortal não é completamente dissecado, não morre e recebe sangue do vampiro, não completa a transformação, mas recebe uma nova força e vitalidade. Envelhece lentamente e tem um aspecto saudável, mas cria-se uma dependência com o vampiro, poderia-se dizer que se torna um “escravo”, cria-se também um vínculo sexual, realiza todos os pedidos do vampiro em troca de um pouco mais de seu sangue. Estes humanos são chamados pelos seus mestres de carniçais.
Nova “vida” para vampiro
O novo vampiro conserva o mesmo aspecto que tinha quando estava vivo, os mais observadores perceberão uma mudança em seu olhar, algo mais primal, cruel e selvagem. O olhar de um predador, com seus sentidos aguçados. Seu corpo não projeta uma sombra e sua imagem não se vê refletida num espelho. Seus dentes caninos podem chamar a atenção, mesmo estejam contraídos a maior parte do tempo, suas orelhas tornam-se ligeiramente pontiagudas, seu hálito é terrível e, em alguns casos, há um excessivo crescimento dos pelos das mãos.
Ao corpo do neonato chega, também, a morte dos órgãos. O coração já não bate, os pulmões já não respiram, o estômago não digere… Por isso o único alimento que o vampiro precisa é o sangue de um ser vivo para impedir o processo de putrefação de seu corpo mortal. Este sangue não vai para suas veias e artérias, mas se distribui homogeneamente no interior do seu corpo por osmose. O sangue passa a ser o único líquido no corpo do vampiro, por isso, quando este chora, escorrem por seu rosto escassas lágrimas de sangue.
É algo paradoxal dizer que os vampiros são imortais, porque só o são enquanto possam beber sangue para evitar sua decomposição. Um vampiro também tem suas lutas internas. Sente uma obsessão, alguns preferem dizer adição, pelo sangue. A Fome de um vampiro nunca descansa e o leva a estar sempre no limite, em eterno conflito entre alimentar-se ou deixar-se levar pela Sede. É duro conviver com esse Monstro interior que, continuamente, luta para ser liberado e cometer os atos mais atrozes. Só os vampiros com maior autocontrole são capazes de mostrar essa pouca humanidade que, às vezes, parecem ter.
Como matar um vampiro e outros mitos
Acredita-se, erroneamente, que para matar um vampiro basta com cravar uma estaca de carvalho em seu coração. Este ato é necessário, mas não suficiente, cravando a estaca podemos deixá-lo temporariamente imobilizado, mas, para matá-lo é necessário queimar seu corpo em uma fogueira ou expô-lo ao sol durante vários dias. As balas, facas e demais armas só causam feridas que são facilmente curadas. Há outras teorias sobre como matar um vampiro, por exemplo, cravar uma estaca no coração e enterrar o corpo em uma encruzilhada, mas esta estratégia nem sempre tem o resultado desejado.
Há outros símbolos e objetos que podem ser usados para ferir ou afugentar um vampiro como; os crucifixos, água benta e o alho. Nada disto fere seriamente este ser, mas o debilita e distrai temporalmente. O sol os enfraquece e queima, mas não tão rápido quanto se pensa, também os deixa mais lentos e desorientados. Só os vampiros mais poderosos aguentam vários dias ao sol.
Também existem alguns mitos que são, simplesmente, falsos. Por exemplo, o mito de que um vampiro não pode atravessar água em movimento. Se isso fosse verdade não teriam se estendido por todo o mundo, algumas lendas tentam explicar este fato dizendo que podem atravessar água em movimento se carregarem consigo um pouco de terra de sua tumba.
O vampiro em sociedade
A sociedade vampírica é muito bem estruturada e é regida pelas regras impostas pelos vampiros mais antigos. Se organizam em clãs, liderados por um príncipe. Este príncipe é o responsável por manter a ordem no território por ele dominado. Por cima dos príncipes está O Conselho, um grupo de vampiro das primeiras gerações, que se encarregam de manter certa paz entre os clãs.
Os que dão suporte à teoria de que Caim é o primeiro vampiro definem as gerações de vampiros existentes em função do nascimento do primeiro deles. É dizer, Caim seria o primeiro e único membro da primeira geração, sua descendência direta seria a segunda geração, a descendência desta seria a terceira geração e assim por diante. Calcula-se que atualmente os neonatos formam parte da 13ª geração.
Não é necessário dizer que quanto mais velho o vampiro, mais poderoso ele é, não só pelo controle e aprendizagem que acumula durante os anos, também porque quanto mais se aproximam da primeira geração, mais puro é seu sangue, a pureza do sangue garante um poder imensamente maior que o dos vampiros de gerações posteriores.
Tendo isto em mente, os vampiros são classificados desta forma:
Neonatos
Vampiro recém criado e apresentado ao príncipe do clã ao que pertence. Existem alguns vampiros jovens que não pertencem a nenhum clã, estes são chamados de Caitiff.
Ancillae
São vampiros jovens, mas que apresentam grande poder e controle. São preparados para chegarem ao grau de Anciões.
Anciões
São os vampiros que formam parte do Conselho e estão no comando da sociedade vampírica. Têm entre 200 e 1200 anos e são muito poderosos.
Matusalém
Esta posição é ocupada por vampiros que têm entre 1000 e 2000 anos. Passam por uma transformação palpável, perdem notavelmente os traços humanos, ficam muito magros e pela primeira vez ganham o aspecto de um ser realmente antigo. A Besta finalmente toma o controle sobre os vestígios de humanidade. São alguns dos vampiros mais poderosos de que se tem notícia.
Os antediluvianos
São os vampiros mais antigos de que se tem conhecimento. São descendentes diretos de Caim e chegam até a 3ª geração. O sangue humano já não sacia a sede destes vampiros, por isso caçam outros vampiros e bebem seu sangue. São tão fortes, sábios e poderosos que a simples menção destes seres gera terror entre os demais vampiros. Afortunadamente, muito poucos destes seres sobrevivem nos dias de hoje.
A supremacia do caçador
Conforme o tempo passa e o vampiro “cresce”, aprende a desenvolver sua força e aumentar seus poderes. Alguns dos primeiros atributos que apresenta são o carisma e um grande magnetismo sexual, porém, com uma sutileza que faz com que os mortais raras vezes percebam que estão sob a influência destes atributos, mesmo que sinta um desejo incontrolável de aproximar-se ao vampiro. Se unirmos isto à sua capacidade de manipulação perceberemos que um vampiro pode alimentar-se de sua vítima sem sequer fazer menção do uso de violência. Podem hipnotizar e submeter a vontade de um ser humano apenas com um olhar.
Também possuem outros talentos que não economizam se uma vítima tenta lutar. São muito fortes e atléticos, possuem uma grande celeridade em seus movimentos e são realmente astutos. Se mantém em estado de alerta, até quando descansam, é quase impossível surpreendê-los.
Outra qualidade que lhes é de grande utilidade para sua sobrevivência é o sigilo. Um vampiro pode se mover muito rapidamente e não ser visto. Podem passar horas camuflados na escuridão sem que nenhum outro ser perceba sua presença graças a seu poder de ofuscação.
Alguns vampiros são capazes de ampliar seus poderes mentais até o ponto em que podem comunicar-se por telepatia. Conseguem também inspirar temor, paralisar e até introduzir uma ideia na mente de suas vítimas sem que estas percebam. Estes vampiros também são capazes de desaparecer e de tornar-se invisíveis.
Os escassos vampiros matusalém e antediluvianos possuem, além dos já citados, outros recursos devastadores, como a capacidade de transformar-se em qualquer animal ou monstro que desejem, ou a chamada “máscara das mil caras”, que consiste em fazer crer que são outra pessoa ou outra coisa sem a necessidade de mudar de aspecto. Quem olhe o vampiro não o verá, mas verá a imagem que o vampiro quer projetar.
Os vampiros e a paz
Durante o período da inquisição muitos vampiros foram mortos na Europa. Vendo a sobrevivência de sua espécie em ameaça, os remanescentes decidiram ocultar-se e viver em sigilo, fazendo-se passar por mortais. Durante esta época desenvolveu-se o conceito da Máscara, que consiste, principalmente, em que o vampiro só deve mostrar sua autêntica natureza às vítimas das que se alimenta, durante a maior parte do tempo tenta afastar-se da sociedade ou atuar como um mortal.
Desta forma conseguiram conviver com os lobisomens, de quem são inimigos naturais e pelos quais sentem profundo desprezo. Quando um vampiro e um lobisomem se encontram são capazes de identificar um ao outro ao instante.