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Manticoras

Mantícora

A manticora é uma criatura mitológica com origem no antigo império persa. Os registros mais antigos indicam que ela foi citada inicialmente pelo médico grego Ctésias de Cnido, que trabalhou na corte do rei persa Artaxerxes II, em meados do século IV a.C.. Seu nome é uma junção de dois termos do idioma persa: martiya (homem) e khvar (comer).

O mito da manticora chegou à Europa por meio de dois estudiosos. O naturalista romano Plínio, o Velho (23-79) incluiu a lenda da criatura persa em sua obra História Natural. Quase dois séculos depois, o escritor e filósofo grego Flávio Filóstrato (170-250) fez uma citação no livro Vida de Apolônio de Tiana.

Características físicas

A manticora é um ser monstruoso com corpo de leão, rosto humanoide, chifres, asas de morcego e cauda de escorpião.

Se trata de uma criatura com pouca inteligência, mas, feroz e poderosa. Seu rosto é humanoide, com barba, juba de leão e dentes grandes e afiados. As asas são como as de um enorme morcego e o resto de seu corpo é de leão, menos a cauda, que é como a de um escorpião e possui pequenos espinhos venenosos no ferrão. Pode ter até 5 metros de largura e 3 de altura.

A manticora se assemelha às quimeras, seres da mitologia grega que possuíam corpo de leão, três cabeças (sendo uma de leão, uma de cabra e outra de dragão), um par de asas e uma cauda. No entanto, a criatura da mitologia persa tinha a cabeça de homem, corpo de leão com pelo geralmente ruivo e uma cauda, que poderia ser de escorpião ou de dragão.

Em sua boca trazia três fileiras de dentes de ferro extremamente afiados e uma voz trovejante e imponente. Sua cauda era capaz de disparar espinhos venenosos capazes de matar qualquer ser que aparecesse em seu caminho, exceto os elefantes. Alguns registros posteriores aos de Ctésias afirma que a manticora tinha asas de morcego ou dragão. Seu tamanho também variava de acordo com os relatos, já que podia ter o tamanho de leão ou mesmo de um cavalo.

Comportamento e personalidade

É um ser carnívoro e sua carne preferida é a humana. Quando sente necessidade de se alimentar ataca suas vítimas lançando os espinhos de sua cauda a modo de dardos venenosos. Uma vez que a vítima se encontra debilitada, é alvo fácil para as afiadas garras da manticora.

Mantícora no horizonte. Imagem de Nick Black

Estas criaturas dominam territórios muito extensos, de até 50 quilômetros, normalmente bosques. Os pares de mantícoras permanecem juntos durante toda a sua vida e cuidam de sua descendência. Os filhotes de manticora não podem voar, só desenvolvem essa habilidade na idade adulta. Um filhote pode ser adestrado, com muito esforço, mas nada garante que obedeçam quando forem adultos, de fato, uma manticora não permite que a usem como montaria.

As manticoras são seres escuros que, muitas vezes, se associam com outros seres perversos por proteção mútua.

Segundo o historiador grego Pausânias, as manticoras nada mais eram do que uma descrição exagerada dos tigres indianos. Isso porque esses animais eram responsáveis pelo desaparecimento de pessoas na região da antiga Pérsia (atual Índia), sendo que esses mitos persistem até os dias atuais.

No entanto, como muitos casos eram conhecidos somente por relatos orais, criaram-se lendas sobre seres monstruosos que caçavam seres humanos e cantarolavam enquanto devoraram sua presa somente para amedronta-la. Algumas lendas afirmam ainda que a pele da criatura era capaz de repelir a grande maioria dos feitiços conhecidos. Por isso, era tão difícil de ser derrotada.

Popularidade

Por conta de seu aspecto mitológico, a manticora é recorrentemente citada em obras de ficção desde a Idade Média. Um dos primeiros a citá-la em um livro foi Dante Alighieri em sua obra-prima A Divina Comédia, em que cita o gigante Geryon como uma manticora.

Atualmente, é possível encontrar citações a essas criaturas em obras populares mundialmente. Em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, por exemplo, a personagem Hermione narra um episódio envolvendo uma manticora. Já no livro um da série Crônicas de Gelo e Fogo, há uma referência a elas quando citam o Mercado Oriental.